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O que é o Jubileu de Prata? (CGC, F-94)

17/10/2019 - Por marcos tavernelli ussit
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Em outubro de 1990, um jovem de 18 anos sonhou. Sonhou forte.


Estava pela primeira vez assistindo a Cerimônia de Encerramento da Semana Luís de Queiroz no Salão Nobre do Prédio Central da ESALQ. Anônimo, lá num canto no fundo ele sonhava. Linda cerimônia, discursos importantes, aprendia ali um pouco mais sobre a nossa Gloriosa.


Até que começaram as citações em homenagens as turmas dos quinquênios de formatura e principalmente, chamaram para entrar a turma que completava o Jubileu de Prata. No tapete vermelho, ao som do trecho da Marcha Triunfal de Aida, da obra prima de Verdi, aquele jovem se arrepiou inteiro. Os jubilandos entravam sorrindo, um sorriso imenso que representava muita coisa, alguns gritando comemorando, muitos chorando, assim como eu; sim, eu era o jovem.


Estando quase concluindo meu primeiro ano nas salas da "Luiz de Queiroz", percebi algo inédito ali: uma energia sem igual, uma explosão de felicidade realmente diferente. Tinha como comparativo a imensa felicidade de ter sido aprovado na FUVEST há apenas 10 meses antes, uma espetacular conquista para quem almeja uma faculdade como a nossa. Mas estava assistindo algo especial. Aquelas pessoas carregavam algo a mais.


Não quis entender, mas certamente quis sentir, quis aquilo tudo para mim. E sonhei: em 2019 EU que estarei aqui, entrando nesse salão cheio de memórias incríveis, de histórias importantes da educação e da agropecuária brasileira.


Passei aquele final de semana em êxtase, leve, introspectivo, cheio de sonhos, pensando no futuro.


O tempo andou. Deixei a Escola, mudei para o estado do Mato Grosso em 1998. Retornei a primeira vez para São Paulo em 2001, para a comemoração do grande Centenário da ESALQ! Realizado no estacionamento e gramados do nosso Ginásio de Esportes, turmas e mais turmas de Esalqueanos sorrindo, aquele sorriso intenso, forte, diferente. Lembrei imediatamente dos sorrisos do Jubileu que assisti em 1990. Passaram-se 11 anos e aqueles sorrisos estavam ali novamente. Eram tantos Esalqueanos em festa emanando a mais pura energia, aquilo que alimenta diretamente a alma.


Olhando de longe sobre todas as tendas era quase possível ver a aura dessa catarse coletiva de energia, algo como uma aurora boreal, que nascia das pessoas felizes encontrando seus irmãos Esalqueanos de longa data. Era isso ou eu tinha bebido alguns chopps a mais (rsrs)... Ou os dois juntos, muito provavelmente. Dia inesquecível!


Mais 18 anos se passaram, muito rápido, e enfim chegou a hora do sonho daquele jovem se realizar. Na sexta-feira dia 11/10/19, véspera da cerimônia do dia 12/10, fizemos o plantio da árvore comemorativa, onde tivemos o primeiro contato com nossos colegas tatús (Nosso ano de 1994 foi batizado de Ano Tatú). Ali o reencontro já foi para lá de especial, muitos abraços saudosos. Um imenso Ruca´s reunido. Na mesma noite organizamos uma reunião num bar da cidade. Outra noite memorável. E chegou o sábado de manhã. Cafezinho na tenda em frente ao ginásio, abraços, fotos, beijos e preparar para a entrada. Filas formadas, abrem-se as portas, a Marcha de Aida sobe o som e...


Tudo acontece.


A magia de "Luiz de Queiroz".


Impossível conter a emoção! A primeira turma do dia a entrar no tapete vermelho, ovacionada pelos presentes, familiares, amigos, bixos e doutores comemorando seus quinquênios também. Nossos sorrisos, AQUELES sorrisos, estavam ali. Reconheci em todos e em mim mesmo.


Aclamar nossos doutores que entram após nós no desfile no tapete do ginásio é outra sensação inenarrável. Passando ali pertinho de nós todos (nós de joelhos, claro) nossa inspiração para os próximos 25 anos: alcançar o Jubileu de Ouro! E depois, 55, 60, 65 anos de formado e enquanto nos for permitido, comemorar na "Escola nascida no monte".


E o sonho? Foi importante para esses 30 anos, mas não pôde prever tamanhas emoções. Sinto que nossa capacidade imaginativa não permite projetar o porte e a importância do que está por vir. Serve sim muito bem como meta traçada, mas a emoção mesmo, viver o momento, esses são só para quem está lá.


E isso me levou a escrever pela primeira vez aqui no Blog Esalqueanos. Não para os meus familiares, meus irmãos tatús, meus doutores, meus mestres, mas para meus bixos e sugerir... sugerir não, alertar que eles simplesmente não podem perder seu Jubileu de Prata. Não podem!


Esse dia é único na vida do Esalqueano. Nunca voltará, nunca terá outra oportunidade como essa. Com a vitalidade (e o fígado experiente) dos 45 a 50 anos de idade, poder comemorar assim, sentir tudo isso, olhar para trás e lembrar dos 5 anos de graduação, de amizades, de emprestar cadernos no xerox, de grupos de estudo, do ralo tomado junto nas repúblicas, de nossa jornada dentro e depois fora da academia, nossos 25 de experiência profissional pelo Brasil e exterior e já pensar nos próximos 25, agora com muito mais experiência, afinal são os primeiros 45 anos da adolescência os mais difíceis...


Sempre foi meu sonho estar no Jubileu de Prata, mas nunca me disseram como isso era importante e por isso uso esse espaço para dizer a vocês:


Bixada, NÃO PERCAM SEU JUBILEU DE PRATA!

 


Incríveis Saudações Esalqueanas (ainda emocionado por sábado último)

 

CGC (Marcos Tavernelli Ussit)

F-94 Agro

Ano Tatú

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