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E SE A COMIDA ACABAR, SERIA O FIM DO MUNDO?

10/11/2021 - Por walter francisco molina junior
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Vamos, primeiramente, tratar do fim do mundo, de acordo com o ponto de vista dos Estados Unidos da América. Sim, o fim está próximo e deve iniciar-se a partir das fronteiras da nação mais desenvolvida do planeta. Parece que lá, dentro de seu território, o mundo não vai acabar. Digo isso com base nas atitudes de seus líderes. Esses caras, a começar pelas universidades, meios políticos, empresas e departamentos de marketing, são exímios criadores de realidade. Depois de produzirem, à exaustão, notícias sobre o fim do mundo causado pelo eixo do mal, durante a Guerra Fria, agora estão todos engajados em outro fim, causado pelos abusos do ser humano contra o ambiente. E, com essa certeza, são ainda mais eloquentes em dizer aos outros seres humanos o que deveriam fazer para frear a destruição completa do planeta. Sim, eles ditam as regras e os menos informados, como você e eu, acreditam. Ah, sei, você acredita porque é bem informado(a)? Ou seria “informade”, na língua neutra, e eu sou negacionista bolsomínion, né?! Então tá, não pare de ler agora e deixe-me mostrar-lhe alguns números, para sua melhor informação. Os cinco maiores poluidores do mundo com emissões de CO2 na atmosfera, são, em ordem crescente (%): Rússia (4,54), Índia (7,01), EUA (13,52), Europa (14,22) e China (30,66). Se não errei nas contas, a soma dá 69,96% do CO2 despejado na atmosfera em 2020. Sabe aquele país que tem o Presidente Genocida, que ajuda a destruir a Amazônia? Ele contribui com 1,35%. O mais problemático de todos os emissores de poluição de CO2 é o carvão mineral. Esse combustível fóssil foi responsável por 40,72% da emissão anual em 2020. Dentre os países que utilizam esse material, a ordem (%) de poluidores é a seguinte: Japão (2,88), EUA (6,36), Europa (8,23), Índia (11,37) e China (53,08). Se acertei nas contas isso dá 81,92%. O país do Genocida contribui com 0,39%. Você sabia?

No entanto, você pode pensar que nem tudo está perdido. Nós estamos no meio de uma reunião importante sobre o ambiente, lá em Glasgow, na Escócia, justamente para discutir esses temas. E olhe que já é a 26a edição dessa conferência mundial. Que beleza, né?! Pois é, na semana passada foi discutido o que fazer em relação a diminuir o consumo mundial de carvão e EUA, Índia e China (somam 70,81%) não concordaram em fazer quaquer compromisso a esse respeito. Aliás, somente 46 países assinam o acordo para diminuição do uso de carvão.

Mas, o que o a comida tem com isso? Vamos lembrar que, há alguns meses ouvimos dos mais politicamente corretos e na imprensa internacional, uma verdade absoluta: “fecha tudo e fiquem em casa, agora o importante é salvar vidas. A economia a gente vê depois.” Simples assim!

Bom, agora que o depois chegou, teremos que observar como é que a porca torce o rabo. As coisas começaram a voltar ao normal e o mundo passa por uma crise sem precedentes. Começa a faltar de tudo. E todos nós sabemos que quando alguma coisa é escassa, o preço sobe. A falta tem a ver com o tempo que os produtores desse “tudo” ficaram parados. Com o recomeço incerto, é difícil de abastecer o consumo. Falta de papel higiênico a gasolina. Desde os containers para transporte marítimo até as camisetas de malha de algodão. Falta insumo para a agricultura funcionar e caixas para transporte de pizzas. A esse respeito, todos estão botando a boca no trombone: “a comida está cara demais”. E está mesmo. Ainda hoje paguei quase R$15 por seis bananas. O quilograma estava a R$8,99. Podemos dizer que a gasolina está a preço de banana, sem medo de errar. O problema é exatamente esse. Teremos ainda mais dificuldades.

O CEO da gigante norueguesa dos fertilizantes, Yara International, Svein Tore Holsether, falando à revista Fortune, afirmou: "quero dizer isso em alto e bom som agora, que corremos o risco de uma safra muito baixa na próxima safra. Receio que teremos uma crise alimentar." Ele tem suas razões e pode até ser que você não concorde com ele, achando que a culpa é do Genocida. Mas a realidade é que tudo está relacionado à crise do setor energético. Na Europa, o preço do gás natural que é usado para produção de energia elétrica, por sua vez principal insumo para produção de amônia, fertilizante que permite a multiplicação das condições de produtividade de inúmeras culturas, mais que triplicou entre julho e setembro. Com isso, o fertilizante também teve majoração de preço correspondente.

Segundo Holsether, “produzir uma tonelada de amônia no verão passado tinha custo de US$110, mas agora esse valor é de US$1.000”. Pode-se argumentar que o preço dos alimentos também teve alta, então o agricultor poderia compensar esse aumento de custos. No entanto, o executivo argumenta que pequenos produtores não poderiam arcar com tais custos, o que reduziria muito o que podem produzir, diminuindo suas safras. Em decorrência disso, coloca-se em risco a segurança alimentar em regiões vulneráveis, principalmente no momento em que o acesso aos alimentos está ameaçado pelas restrições impostas pela COVID-19. Some-se a isso as possibilidades de alterações climáticas, incluindo a seca generalizada. Ele encerra com “Isso tudo está relacionado ao fechamento de fábricas em março, abril e maio do ano passado, e estamos colhendo as consequências disso agora. Mas se conseguirmos o equivalente ao sistema alimentar ... não ter comida não é chato, é uma questão de vida ou morte."

Se você prestar bem atenção, vai dizer que o tal de Holsether é um bolsominion. Só que não! Ele, talvez, nem imagine o que é isso.

Depois de tudo isso, prepare-se: o fim está próximo! Dizem os responsáveis pelos departamentos de marketing citados no início do texto, aqueles que chamei de “criadores de realidade” que o problema da vez é o metano. Ou seja, agora a culpa é do pum dos bois.

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