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A busca de uma solução para boa parte dos problemas ao invés de uma solução para cada problema na agricultura.

15/02/2021 - Por evaldo kazushi takizawa
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Os avanços da Era digital ou agricultura 4.0 permitiram os profissionais da terra observarem problemas minúsculos, hoje é possível contar o número de mudas por metro plantados numa lavoura de eucalipto ou café, assim como verificar a quantidade de falhas sem plantas em grandes cultivos de soja, milho e algodão, porém com o retrato da fachada da propriedade rural não descrevem o grau de comprometimento e capricho deste agricultor com a agricultura baseado em principios agronômicos consagrados.

Algumas passagens em pouco mais de meio século respirando a vida rural desde meu nascimento me colocou de frente com muitos exemplos da falta de calibração dos “olhos” daqueles que deviam observar os pequenos sinais e interpretá-los antes da tomada de atitudes na agricultura.

Na agricultura 4.0 vejo colegas buscando vender suas tecnologias de reconhecimento de imagem, distribuição de fertilizantes e corretivos em taxa variável, telemetria, automação, inteligência artificial para agricultores em que uma simples imagem da fachada de sua propriedade por si só diz: ele precisa de instrução e organização para coisas básicas como uma calagem eficiente.

Mas por falta de visão ou interesses comerciais alguns colegas colocam como a “tábua de salvação” para esses agricultores que dependem de uma boa calagem no solo, oferecem o aminoácido extraído com as mais modernas técnicas de produção utilizando as matérias primas mais nobres e para confirmar os resultados utilizam as imagens dos satélites mais avançados das agências européias e americanas de monitoramento espacial e analisam a planta utilizando  a espectrofotometria de absorção atômica para certificar-se da ausência de qualquer agente tóxico interferindo no metabolismo da planta.

A busca de uma solução complexa para um problema tópico vislumbram muitos agricultores com a concepção de não existirem dúvidas mais comuns e respostas mais simples com uma ampla consequência solucionando desde adversidades como a deficiência hídrica, nutrição, doenças, pragas e plantas daninhas, como é o caso da rotação de culturas, o aumento da biodiversidade e a bioestruturação do solo.

No Cerrado Matogrossense vivemos várias desordens na soja, desde plantas acometidas por doenças causando podridão de raízes, podridão de vagens e grão com a germinação das sementes antes da época de colheita, queda de estruturas reprodutivas causando os sintomas da soja “louca”, aumento exponenciais de pragas como a mosca branca e mesmo ataques de insetos pouco comuns como percevejos da família Lygaeidae.

Como se estivessemos cegos não vemos a exaustão da monocultura dando seus sinais, como a perda da eficiência das adubações convencionais com o tempo de uso dos solos, contudo por sorte na agricultura tropical ainda há tempo para ajustar a direção do sistema de produção agrícola que prioriza uma transformação e uso mais eficiente do carbono do dióxido de carbono, do hidrogênio da água e do  oxigênio do ar e da água, isso é,  acrônimo CHO que faz parte de mais de 90% das plantas e manterá essa proporção nos próximos milênios.

 

Guaimbê (Evaldo Kazushi Takizawa) – Engenheiro agrônomo F90.

Ex-morador da república SS Pau Torto.

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